A semente foi lançada em 2002, quando José António Uva regressou a Portugal com o propósito de dar uma nova vida à propriedade que estava na sua família há oito gerações. Este projeto de regeneração tornar-se-ia a força motriz por detrás da fundação do Estúdio Lisboa, uma empresa que desenvolve projetos de hospitalidade com foco no legado português.

Em 2011, descobriu uma extensão de beleza costeira em estado puro, a poucos passos da Comporta. A partir desse momento, o seu sonho começou a tornar-se tangível e o conceito a tomar forma. O foco seria, essencialmente, honrar os três principais ecossistemas da região — oceano, dunas e rio — com uma propriedade que fizesse jus ao lugar em toda a sua essência. 

Os arquitetos Karl Fournier e Olivier Marty, do Studio KO, assumiram a liderança do projeto de arquitetura. Reconhecidos pela estética depurada com um toque de nostalgia, colocaram a paisagem no centro de tudo e perceberam do que esta precisava para intervir — elegendo apenas o essencial e deixando mais espaço para um crescimento natural do ecossistema. Ganharam também uma profunda admiração pela região, pelos materiais locais e pelos artesãos, assim como pelo sonho e pelos detalhes.

A arquitetura paisagista ficou a cargo do atelier Doxiadis+, sediado em Atenas — pioneiros na criação de espaços sustentáveis e simbióticos, sob a liderança de Thomas Doxiadis. Através de uma visão baseada na interdependência, o equilíbrio entre todos os seres vivos, deixaram-se conduzir apenas pelo que já existia. A partir daí, procuraram ligações profundas entre a duna e a vida, entre as pessoas e o lugar.

Esta é a história dum legado — e da equipa — por detrás desta criação no seio de uma paisagem inefável. Uma colaboração entre pessoas atentas e dedicadas. Um projeto inspirado pelo poder do oceano, pelo rio sinuoso e pelas dunas em constante mutação.